segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A Arte e a Liturgia

Salve Nossa Senhora da Conceição Aparecida

Fico perplexo quando não se há a dita cultura ainda e em pleno século XXI da importancia da Arte nos diversos meios de aglutinaçoes humanas, principalmente em nossa Igreja por muitos ainda amornada, digo, a cultura sacra em suas diversas expressões.

A quem você segue e o que é mais importante e não por qual caminhos você trilha, mas re-salvo, é quem nos dirige.

Na Enciclica Sacramentum Caritatis, II, 41, de Sua Santidade o Papa Bento XVI que nos direciona, orienta e sobretuto, nos desaliena com sua palavras:

Arte ao serviço da celebração

image 41 A profunda ligação entre a beleza e a liturgia deve levar-nos a considerar atentamente todas as expressões artísticas colocadas ao serviço da celebração.(122) Uma componente importante da arte sacra é, sem dúvida, a arquitectura das igrejas,(123) nas quais há-de sobressair a coerência entre os elementos próprios do presbitério: altar, crucifixo, sacrário, ambão, cadeira. A este respeito, tenha-se presente que a finalidade da arquitectura sacra é oferecer à Igreja que celebra os mistérios de fé, especialmente a Eucaristia, o espaço mais idóneo para uma condigna realização da sua acção litúrgica; (124) de facto, a natureza do templo cristão define-se precisamente pela acção litúrgica, a qual implica a reunião dos fiéis (ecclesia), que são as pedras vivas do templo (1 Pd 2, 5).

O mesmo princípio vale para toda a arte sacra em geral, especialmente para a pintura, a escultura, expressões corporais, devendo a iconografia religiosa ser orientada para a mistagogia sacramental. Um conhecimento profundo das formas que a arte sacra conseguiu produzir, ao longo dos séculos, pode ser de grande ajuda para quem tenha a responsabilidade de chamar arquitectos e artistas para comissionar-lhes obras de arte destinadas à acção litúrgica; por isso, é indispensável que, na formação dos seminaristas e dos sacerdotes, se inclua, entre as disciplinas importantes, a História da Arte com especial referimento aos edifícios de culto à luz das normas litúrgicas. Enfim, é necessário que, em tudo quanto tenha a ver com a Eucaristia, haja gosto pela beleza; dever-se-á ter respeito e cuidado também pelos paramentos, as alfaias, os vasos sagrados, para que, interligados de forma orgânica e ordenada, alimentem o enlevo pelo mistério de Deus, manifestem a unidade da fé e reforcem a devoção.(125).

Reflita agora só um pouco do que estudei:

A liturgia nos propõe ser o caminho de início para todo e qualquer esboço sobre o THEATRO: sabemos sim, que o ritual litúrgico está na origem de todas as representações cênicas, perfazendo um teatro “em estado larvar”, do qual as mais conhecidas manifestações são as dos gregos e as dos bizantinos. Estas representações, plenas de ritmo, cores e música, correspondiam às representações mágicas dos povos primitivos e aos mistérios eleusinos. Eram, portanto, ligadas ao sagrado que, no teatro, rapidamente confundiu-se com o religioso, daí seu caráter litúrgico.

Bom sabermos também, ou memorarmos, que na França, tem-se notícia de dramas litúrgicos escritos em latim desde os séculos X, XI e XII (Quem Quaeretis, Introit de Noël, Ordo Prophetarum). Em língua francesa, vão aparecer, no fim do século XII e no princípio do século XIII, os textos paralitúrgicos de Jeu d’Adam, Jeu de Saint Nicolas, Passion des Jongleurs e Miracle de Théophile. Também a Inglaterra teve o seu drama litúrgico, por volta do século XIV. Da Espanha, na segunda metade do século XII, vem o Auto dos Reis Magos. No século XIII, o rei Afonso X decretou a “Lei das Sete Partidas” que, se proibia aos clérigos os “jogos de escárneo”, ao mesmo tempo autorizava a representação do Nascimento e da Ressurreição de Jesus Cristo. Este tipo de encenação era restrito, no princípio, ao altar-mor e/ou ao adro das igrejas, e só bem mais tarde alcançou outros espaços. De Portugal, tem-se notícia de um drama litúrgico num breviário do século XIV, do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Entretanto, pela tardia influência francesa e mesmo romana (sabe-se que os romanos levaram seu teatro à Lusitânia), são relativamente escassas as representações litúrgicas nessa época. Está documentada apenas a antífona pastoral Quem vidistis, do ciclo de Natal. De mais tarde (século XV) existem registros de encenações para a procissão de Corpus Christi e, no século XVI, já eram comuns o drama da Paixão e o da Ressurreição, bem como as laudes e cantigas espirituais do beneditino André Dias.

É consenso, pois, que foi na Idade Média que se consolidou o drama litúrgico, pois que foi nessa época que ele alcançou o seu padrão, disseminado em mistérios, moralidades e milagres. Estas formas tiveram uma origem comum: as procissões, os autos sacramentais, os corais, as ladainhas, as novenas, as vias-sacras e os cantos natalinos. Ou seja, formas rituais litúrgicas que, na sua evolução, se atualizaram nos mistérios (encenações de narrativas bíblicas, algumas vezes enxertadas com episódios extraídos de Evangelhos apócrifos), nas moralidades (peças alegóricas caudatárias de uma “tendência a coisificar, substantivar, isolar (...) os estados, qualidades, ações – em suma, os processos”), e nos milagres (dramas de caráter educativo, com argumento estruturado sobre “uma situação embrulhada cujo desenlace só pode vir do sobrenatural").

Quem assim impeça a liberdade de expressão artistica na Igreja, não conhece a Valiosa Liturgia. Quando se faz bem um theatro, se canta bem um hino, ou salmodia, nada interfere a Manifestação do Sagrado, pois Ele mesmo se manifestou na Arte.

clip_image002PARTICIPE DAS EXPRESSÕES ARTISTICAS DURANTE ESSE MOMENTO QUARESMAL EM SUAS PROCISSÕES (Em nossa Paróquia Cristo Redentor, ousamos em fazer a encenação da Meditação dos Passos de Jesus / Entrada de Jesus em Jerusalém (Procissão de Ramos) / Missa do Lava-pés / O Auto da Paixão de Cristo (Procissão da Sexta-Feira Santa) e a Ressurreição de Cristo (Domingo da Ressurrição)

PROCURE-NOS

-----Pax et Bonnum-----

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