Salve Nossa Senhora da Conceição Aparecida
Fortaleza completa, hoje, simbolicamente, 286 anos de autonomia política, pondo em relevo a democracia participativa. Várias programações comemorativas estarão em andamento durante o dia para marcar a data.
A cidade deixa entrever uma imagem contraditória: de um lado, provoca uma atração indiscutível ao visitante (pelo seu dinamismo, por suas belezas naturais, pelo acolhimento de seu povo); de outro, suscita em seus habitantes uma relação de amor e desconforto por causa de suas carências e seus desajustes, como toda grande metrópole.
A violência tem sido uma companheira indesejada em sua trajetória histórica, traduzida em facetas múltiplas, que vão desde a ocupação predatória do solo urbano pela especulação imobiliária (aterro dos córregos e lagoas, destruição de bosques e do patrimônio histórico, arquitetônico e sentimental), ao trânsito caótico e avassalador (devido à insuficiência do transporte coletivo) até a marcante desestruturação social, resultante de uma desigualdade afrontosa.
Para enfrentar esse agudo quadro de dificuldades os fortalezenses vêm-se munindo de instrumentos mais eficazes, do ponto de vista institucional, para dar ao governo da Capital uma configuração democrática que permita a intervenção do cidadão na regência da vida urbana. Aí está a Lei Orgânica de Fortaleza – uma das mais avançadas do País. A filosofia que a rege é a da democracia participativa, tal como exige a sociedade do século XXI, marcada pelo fluxo incessante da informações, e que tem na democracia participativa a forma mais apropriada de revivificar o regime democrático, cada vez mais desacreditado, em decorrência do formalismo mumificante da democracia representativa.
Fortaleza já revelara essa vocação prospectiva ao regulamentar pioneiramente, em 1997, o plebiscito como instrumento para decidir democraticamente questões fundamentais da vida da Cidade. Adotou, igualmente, o Orçamento Participativo para definir onde e como empregar os seus recursos financeiros, segundo a vontade de seus cidadãos. E quer avançar ainda mais nesse caminho.
A verdade é que são conquistas democráticas das quais Fortaleza não quer mais abrir mão, independentemente da coloração ideológica de quem vier conduzir, eventualmente, seu destino.
Fonte: www.opovo.com.br
-----Pax et Bonnum------
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